31/03/11

Guma, The Self-Conscious Chimp - 1ª página da 1ª versão

Guma, The Self-Conscious Chimp

No exacto princípio dos tempos, quando toda a matéria espacial andava apenas a ocupar espaço, foi convocada pelo Secretário-Geral do Nada a reunião dos mais diversos sindicatos especializados em construção planetária, tendo em vista os objectivos de – literalmente – trazer vida à pletora de vacâncias e, com sorte, arranjar companhia para aquelas tediosas tardes de Outono, fenómeno ainda não criado.

No entanto, os defeituosos métodos de armazenamento dos materiais em uso na altura e um descuidado lançamento de uma beata para o chão dum armazém onde se encontrava a recém-inventada pólvora resultaram no descalabro, fazendo com que tudo caísse por terra…mais ou menos.

Originalmente a mais primitiva forma de vida a inaugurar o planeta Terra, Guma inicia a sua jornada sob a simplificada estrutura de cabeça e cauda deixando os desígnios de formação de membros para uma altura mais conveniente.

E, não menos fascinante, também o meio habitado por Guma mostra a sua quota de evoluções e permutações: uma divisão da primordial ilhota em cinco arquipélagos, todos estes portadores de distintas características ambientais de forma a propiciar não só a diversidade territorial como também a de qualquer forma de vida que neste vivesse.

Com a estrondosa saída dos dinossauros de cena chega a anteriormente referida altura conveniente; cuja conveniência perdurará por vários anos como um dos maiores dilemas dogmáticos de todos os tempos.

Da existência de um ser vivo resulta um leque de necessidades de tamanha força capaz de lançar a espécie humana num furacão de evoluções científicas que, até aos dias de hoje, já o próprio leque acabou substituído por uma ventoinha à base de electricidade.

Guma existe, Guma tem fome, Guma precisa de usar os lavabos. Infelizmente, o empregado não se encontra à vista e os planos para a construção de um WC público ficaram adiados por uma quantia de séculos, tal como o próprio público.


Ricardo Rodrigues 44942

4 comentários:

  1. Tens aí um texto bastante interessante e gostaria bastante de ler o resto. Não sei bem se é filosófico ou disparate ou ambos, mas gostei. È engraçado e fazes um bom uso de metáforas. Algo que não me agradou foram as frases demasiado compridas. Todas as frases são bastante compridas e cada uma é um parágrafo. Isto pode muito bem ser intencional e uma parte importante do que estás a tentar fazer com este conto, mas alguns leitores podem achar a leitura dificil.

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  2. tens um texto interessante e criativo. mas não consegui entender como fizeste a ligaçao entre o desaparecimento dos dinaussauros e as necessidades humanas. acho que poderias fazer uma interligação pelo meio. e também nao consegui perceber a ligação entre o último e o penúltimo parágrafos. acho que poderias criar a partir daqui, um episódio cómico com uma personagem.pois já tens uns factos engraçados, sobretudo, o último parágrafo por onde podes pegar.

    aluna 39015

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  3. No primeiro parágrafo desenvolves uma conjutura um pouco complexa- termos não conhecidos e propósitos das personagens mirabulantes. Contudo, o teu conto possui a vertente do fantástico e do divertido, por isso vais desvendando e descodificando todo esse parágrafo ao longo da narrativa.Pegas na origem de vida e tornas esse momento numa ironia.Mas não gosto do facto de utilizares frases muito longas. Poderias substitui-las por mais curtas e, assim tornares a leitura menos complexa. Imagina o que era o teu conto ser lido em voz alta? A escassez dos elementos de pontuação detêm um papel preponderante quer na leitura em voz alta, quer na leitura interior. Caso contrário, a falta de pausas levam a que o leitor "engula" a tua narrativa sem poder desfrutar da mesma.
    Acho que o teu último parágrafo necessita de ser repensado. Não entendo como passas da origem do mundo para as necessidades de Guma e da casa-de-banho pública? Podes colocar entre um e outro um novo parágrafo que estabeleça a ligaçaõ entre os dois, ou então correres o risco de não entendermos ao que te referes e o teu conto se tornar em duas partes divididas que em nada têm haver um com o outro.
    Finalmente, gosto da maneira de agir e de pensar das tuas personagens. Tornaste-as engraçadas e ao mesmo tempo, transmitem a lei da evolução das criaturas e da tecnologia. Até podias tornar o teu conto numa história educativa para crianças. Tens a capacidade, através da tua escrita, de captar a atenção e transmitir informação de um modo divertido.

    aluna 39015

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  4. Escolhi este como um dos contos a comentar, embora só tenhas publicado a primeira página, porque aprecio muito este tipo de humor e o estilo que usaste.

    Gostei especialmente de passagens como “(…) arranjar companhia para aquelas tediosas tardes de Outono, fenómeno ainda não criado.” e “(…) a construção de um WC público ficaram adiados por uma quantia de séculos, tal como o próprio público.”, entre outras. Achei realmente muito divertido e incisivo. Todas as oportunidades para o humor foram bem utilizadas e não acho que peque por ser disparatado. Acho que tem a medida certa de disparate para não se levar demasiado a sério, ao mesmo tempo que se aproxima de uma crítica à sociedade (pelo menos é esta a minha opinião).

    Quanto a mim poderia ter ficado mais claro se Guma integra em si todos os estados evolutivos sofridos até se aproximar à figura humana, ou se, pelo contrário, se trata de um ser vivo apenas. Talvez em algumas partes uses linguagem demasiado rebuscada que dificulta a absorção da mensagem, mas é apenas uma questão de simplificação.

    Aluna nº 41211

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